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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O EVANGELHO DE UM JEITO DIFERENTE.

Nunca fui muito chegado a ler a bíblia. O que li muito ultimamente foram os evangelhos. Minha intenção era compreender o verdadeiro significado da passagem de Jesus aqui na terra. Qual o sentido de tudo? O que fez este ser, encarnar aqui, sofrer as dores de uma morte física tão cruel, com o intuito de "nos salvar", para que "tivéssemos vida em abundância"?
Sempre é bom lembrar, que a bíblia foi escrita uns trezentos anos após a passagem de Jesus por aqui. Teve ainda textos "selecionados", para que houvesse um entendimento "conveniente" com o que queria o alto escalão da Igreja. Naquela época a igreja tinha mais poder e o intuito era mantê-lo. Isso fez com que "pintassem" Jesus de uma magnanimidade tal, com qual Ele certamente não concordaria. Existem muitos textos não incluídos, os chamados apócrifos, textos considerados "falsos" pela Igreja. Textos estes, que davam  uma visão mais humana a Jesus. Jesus era uma pessoa normal, humana como todos nós. Há quem diga que morreu com idade acima  de 60 anos. Nós aqui, enquanto humanos, nunca saberemos da "verdade", pois como já disse, parte da verdade, só será compreendida, só será "sentida" quando estivermos num plano acima do mental concreto. Ainda no século I (um) DC, apareceu na terra Apolônio de Tiana, que tinha natureza divina e poderes superiores a Jesus. Poderia ser a reencarnação Dele. Desse ninguém fala, ninguém "viu".
Os textos bíblicos inspirados espiritualmente, mantiveram sua essência. Estes, posso dizer com certeza,  que são textos simbólicos. São metáforas, parábolas, figuras de linguagem, usadas para explicar, exprimir em palavras humanas conhecidas, um estado de consciência desconhecido pelo ser humano "normal". Nós humanos, hoje vivendo no plano mental concreto, não podemos "sentir" a verdadeira concepção, o verdadeiro significado de certas palavras usadas, certos trechos descritos, imaginem naquela época.
Como entender, como aceitar, por exemplo, darmos a "outra face para alguém bater"?! Lógico que haverão várias interpretações, vai depender do estágio de evolução, do estado da consciência de cada pessoa. É a compreensão da verdade, de cada um. Isto não é discutível, isto é um fato que deve ser aceito. Mas no máximo, por mais evoluídos que formos, estando no plano mental concreto, onde a lógica predomina, mas ainda há forte influência da emoção e resquícios do instinto animal, podemos chegar a entender isto como, não reagir de forma alguma, a um insulto, uma ofensa recebida. Mesmo assim, ainda é preciso um esforço, por menor que seja, para podermos agir assim, ficar assim, indiferentes a este ato.
Num plano mais elevado, o ser, que já não pode ser considerado comum, normal, fica totalmente "indiferente", impassível a este "bofetão". A questão neste caso, já não é saber, mas sim sentir. O estado de espírito é tal, que não há mais  sentido em nada físico que aconteça. Até diante da possibilidade da morte física pode haver indiferença, pois na verdade a parte humana já "morreu" junto com seu ego. Como Ele mesmo disse: "Perdoai meu pai, pois não sabem o que estão fazendo". Neste estágio, como o ser já conhece a verdade, sabe que nossa vida física é pura ilusão, há um esforço enorme para parecer "normal", aos olhos dos outros.
O estado de glória, de poder, de indiferença, de proteção, descritos no salmo 90/91, são por nós,  "normais", considerados estranhos, utópicos, inalcançáveis. Mas para quem ultrapassa a grande fronteira do mental concreto é perfeitamente normal. Não que o ser, neste estágio, possa não ser mais "atingido", não ser afetado por nada, no corpo físico. Mas sim, porquê principalmente, ele está indiferente a qualquer coisa que lhe possa acontecer. Este ser já não é mais deste mundo, ele só está aqui, num corpo físico. Nada mais interessa, nada mais importa. Neste caso, ele já "subiu ao céu"
Os passos de Jesus, seu "julgamento", sua morte na cruz, são símbolos de um ritual de iniciação. É a etapa onde o ser vence o ego,  abdica da vontade própria, o livre arbítrio e entrega sua vida à fonte, à Deus. "Que seja feita a tua vontade, não a minha". Após a passagem por este "ritual", onde se passa pelo verdadeiro "inferno", há um período relativamente longo, de um novo aprendizado. "Terás que nascer de novo", aprender tudo de novo. Esta é a fase da "ressurreição". Toda a vida mundana dos "normais", todas as experiências, os aprendizados, são novamente vividos numa síntese. Tudo é necessário para que possam ser vistos, ser assimilados por experiência, compreendidos com um "novo olhar", um novo "jeito" de ver as coisas. É um olhar holístico, de "cima para baixo".
É neste estágio, nesta parte que "se conhece a verdade", o verdadeiro sentido da vida. O sentido da vida muda, os valores mudam, as coisas terrenas, o apego aos bens materiais deixam de existir e o ser "se liberta" deste mundo. Acaba um mundo, porquê o ser morre para este mundo! Após este período cessam os desejos pelas coisa materiais, mas como, e "se", ainda permanece "vivo" no corpo físico, neste mundo, restam a vontade, a necessidade, normais e necessários para sua sobrevivência física. Estas vontades, necessidades, serão então atendidas. Chegarão a ele, sem esforço, simplesmente pela "fé", que já lhe é inerente, normal, pela "força" da mente sem esforço. Já livre de emoções e interferências, principalmente da palavra não, poderão acontecer então, o que nós consideramos "milagres". Volta-se ao mesmo "paraíso de Adão e Eva". Não será mais necessário "suor para comer o pão". Nada é considerado sacrifício, mas sim serviço à fonte, à Deus. Aí, se explica o conselho dado por Jesus: "Procurai primeiro pelo reino de Deus, e as demais coisas lhe serão dadas por acréscimo". Esta é a "vida em abundância". É o começo da "vida eterna". O início do retorno.
Então, Jesus teve que entrar no nosso mundo, ser o primeiro, ser o símbolo da possibilidade de uma nova vida, a real vida, da qual todos nós nos "esquecemos". Para que possamos chegar a esta vida real, a vida plena, ele nos deixou o exemplo. Pediu para que "deixássemos tudo". Deixássemos todas as crenças, os modos antigos, o "velho modo", para "segui-Lo" no novo, na nova aliança, baseada no amor, no perdão e na compaixão. E o legal disto tudo, é que isto é possível, agora! Ele foi o primeiro. Nós poderemos ser os próximos. Já houveram alguns, mas talvez você não saiba, não conheça, não tenha ouvido falar. Eles eram simples, pobres de espírito, não se destacaram neste mundo. Não eram "vencedores" neste mundo. Tudo é uma questão de escolha, de livre arbítrio.
Enquanto não formos livres o suficiente para receber um "bofetão" e ficarmos indiferentes, devemos fazer um esforço maior que humano, para  não "revidar". Compreendendo isto na nossa verdade, na verdade dos "normais", agindo assim, "deixamos tudo" para segui-LO. Interrompemos o ciclo do "olho por olho, dente por dente", do "velho modo" e abrimos um espaço, "um vácuo" no balão da consciência, para ser preenchido pelo amor, pela compaixão.
Foi só por isso que Ele "morreu".

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