NADA É POR ACASO

SE VOCÊ CHEGOU POR ACASO, OBSERVE SEU MUNDO INTERIOR, ELE QUER CONVERSAR COM VOCÊ.

SE CHEGOU POR CURIOSIDADE, VOCÊ NÃO SERÁ MAIS O MESMO.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

UM CAMINHO SEM VOLTA.

Uma vez li num livro, “o caminho espiritual é um caminho sem volta”. Na época, não compreendi muito o que isto queria dizer, pois pra mim espiritualidade significava ir à igreja, rezar o Pai Nosso, seguir os 7 mandamentos, temer à Deus, etc, etc.  Mesmo não praticando muito o que disse, acho que nunca transgredi muito o que eu compreendia como “ser cristão”, embora me achasse um pouco pecador.  Cá entre nós, se tu for vê, pra gente seguir a bíblia do jeito que a entendemos normalmente e o que falam os padres e pastores, a vida da gente seria um pouco limitada, vocês não acham? O pior, é que tem gente que se mostra  "santo", andando por ai com a bíblia debaixo do sovaco e por detrás dos panos é um verdadeiro safado. O mundo está cheio destes hipócritas.  Se eles soubessem que nada disso é preciso ...
No meu tempo de colégio, tínhamos aula de moral e cívica e o professor dessa disciplina, professor João, que era um cara muito “certinho”, tipo família modelo, falava com orgulho, do tempo em que era militar. Eu ainda não tinha muita noção dessas coisas, mas hoje, vejo que nele ainda haviam resquícios do tempo da ditadura. Mas, tem coisas que não se esquecem e ficam marcadas na  vida da gente. Lembro que um dia ele falou:  “... e cuidado com o que vocês fazem no banheiro!” P_ta me_da  pensei, como é que ele sabe o que a gente faz escondido!  Como ainda tinha a visão limitada, minha consciência era do tipo balão murcho, de primeiro assopro, não compreendi a grandeza daquela frase. Não sei também se ele tinha a noção dessa grandeza, mas ela cabe certinho pros hipócritas  deste mundo.  Não só em termos de espiritualidade ou de religião, mas em todos os sentidos. “Cuidado com o que vocês são na verdade”!
Não dá pra “escapar” desta verdade. Não adianta querer "mostrar" o que não somos. Nos dias de hoje, fala-se, usa-se muito o tal de marketing, para “pintar” uma imagem ideal. Existe até o marketing pessoal! Há até uma frase: “a primeira impressão é a que fica”. Tudo isso mostra a ignorância e hipocrisia do ser humano, sempre com o pensamento de ludibriar, de ser auto-suficiente, poderoso, dono de seu destino. São essas pessoas que vão à igreja e se dizem feitos “à imagem de Deus”. São essas pessoas, “os vencedores” deste mundo, que se proclamam líderes e exemplos a serem seguidos. E muitos, os seguem .
Não há falsidade que dure para sempre, cedo ou tarde a máscara cai e o “monstro”, o “capeta”, ou o idiota se revela. Tem casos em que a pessoa é tão idiota, que faz verdadeiro papel de bobo diante de uma pessoa mais vivida, com um pouco mais de “experiência”. Nestes casos a verdade se revela no primeiro instante. Apesar de, como disse, ter sido uma pessoa mais humilde, daquele tipo que tenta ser certinho, sei que por muitas vezes fiz esse papel de idiota. Encarem isto como um desabafo. A grandeza que estas pessoas tiveram em não me dizer isto “na cara”, nestas situações, procuro ter hoje.
Podem me achar um pouco radical, dizendo todas essa coisas, mas por quê vocês acham que o mundo está assim, praticamente inabitável? O ser humano não tem noção do lodo, do lamaçal em que está afundado. Não achem que quero dar uma de “santinho”, pois ainda me incluo nessa. Mesmo sabendo parte da verdade, sei que ainda tenho certas atitudes que deveriam, poderiam ser melhoradas, uma delas é quanto ao consumo de carnes. Uma coisa é saber, outra é fazer, mudar hábitos. Também, não dá pra ser tão diferente dos demais. Ser "diferente" já marca, imagine ser 100% correto! As coisa devem acontecer, mudar, paulatinamente, pra não causar impacto. Além do mais, vivendo neste mundo, estamos sujeitos às leis e ao carma coletivo deste planeta.
Existem duas situações. Uma, em que se tem plena noção dos atos. Quando se tenta enganar, tirar proveito. Outra, em que por falta de consciência, por falta de visão do todo, por falta de conhecimento, da verdade, por não conhecer o processo no qual está inserido, participando como coadjuvante, temos estas atitudes "erradas" e encaramos isso como sendo normal, do “sistema”, da sociedade, da religião. Estes são os “inocentes”.
Partindo pro lado da espiritualidade, da religião, de Deus, temos a situação que todos os cristãos, os “ratos de igreja”, sabem, dizem, repetem:  “Deus tudo sabe e tudo vê”. O Deus de cada um, nossa alma, sabe tudo e vê tudo. Bobo daquele que pensa que é o esperto, ou os que se intitulam “bom de papo”. Não há nada que não seja sincero, que escape do retorno do carma, cedo ou tarde teremos que acertar as contas. Então vêm as crises, os problemas e vamos “encher o s-co”, de quem não tem nada com isso.
Acredito que meu incurso na vida espiritual, começou quando era moleque. Acho que devia ter entre 13 ou 14 anos. Lembro que estava no meio de uma plantação e comecei a pensar na situação f-d-da em que a gente se encontrava. Nosso pai não era de ter muita ambição, tendo um lugar pra morar, o que comer, estava tudo bem. Eu tinha pena da minha mãe, que via outros vizinhos com casa iluminada, com energia elétrica, geladeira, televisão e nós ainda no tempo do ”liquinho” a gás. Pra nós, já foi uma grande conquista, passar do  lampião de  querosene para gás.
Lembro-me que naquele dia eu olhei pro céu e pedi pra Deus por quê: -Por quê uns tinham muito, ou tudo que precisavam enquanto nós tínhamos pouco, ou quase nada. Se todos éramos filhos de Deus, e se Ele nos amava como filhos, por quê essa distinção? Lógico que não obtive resposta na hora, mas acredito que durante todos estes anos que se passaram após aquele dia, a resposta foi sendo construída. Hoje, 35 anos depois (5x7), posso dizer que a resposta foi dada, está completa.
Muita coisa aconteceu neste período, houve tempo de alegrias, tempo de tristezas, tempo de dúvidas, de esclarecimentos. Mas, sei que durante todo este tempo, a vida foi me direcionando para situações em que por experiência, pudesse compreender o verdadeiro significado da vida.
Há pessoas que falam: “Deus falou comigo”, “tive uma visão”, etc, etc. Nada disto aconteceu comigo. As formas de “contato”, de apoio, de incentivo, geralmente se deram através de livros, sonhos, ou pessoas. Alguns me consideram meio maluco por causa das coisas que escrevo. Há os que acham que estou assim por causa das coisas que li. Muito pelo contrário, os livros que li foram que me impediram de ficar maluco. Eles me fizeram ver que não estava sozinho, que o que pensava, o que sentia, era real. Deram-me o “apoio”, a compreensão que não tive de ninguém, nem do "meu" psiquiatra. Por falar nisso, recebi alta do psiquiatra, como todos, ele não sabe do que estou falando, mas não me considera perigoso.
Por mais que quisesse, nunca “falei” com Deus, ou qualquer santo que aparecesse como imagem, nem com extra terrestres. Nunca vi disco voador, nem ET. Não recebi mensagens cósmicas de extra terrestres, nem fui visitado por um espírito. Meu contato sempre foi com meu interior e as respostas sempre me foram dadas por este caminho. Não é preciso ver, falar, para ter certeza. A convicção se forma, devagarzinho e hoje ela é forte, inabalável como uma rocha. Ou como li uma vez num livro, “firme como aço”.
Hoje, falar de vida cósmica, de vida em outros planetas, em outras dimensões. Interpretar a bíblia de maneira diferente. Encarar a vida de maneira diferente, com outro sentido. Ter outra visão de Deus, do mundo, do universo é para mim perfeitamente normal, assim como qualquer pessoa fala do seu assunto preferido. Anormais, eu poderia considerar os outros, mas prefiro crer que, tirando os espertos, os safados, os hipócritas, os demais, somos todos inocentes.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

OUTUBRO NEGRO.

Neste momento, estou off-line, "sem conexão". Como sempre brinco com meu filho Alex, estou sem comunicação com "os espíritos". Alex, como muitos, não acredita no que falo, no que escrevo. Acha que é "coisa da minha cabeça". Meu outro filho, Thomas, só esboça um sorriso quando toco no assunto. Minha esposa, Marilei, já se acostumou e acaba escutando minhas "maluquices", acho que, pra não me contrariar.
Dias atrás, conversando com "meu" médico, na busca de uma explicação para minha pressão arterial "incurável", fiz a besteira de me abrir. Falei que estava passando por um processo espiritual, que tinha como consequência uma perda relativa da memória, a perda definitiva do raciocínio, da lógica. Que agora só vivia o momento presente, sem planejamento, sem emoções. Pensei que, como Doutora que é, pudesse me entender. Expliquei tudo certinho, que a mente é dividida em mente concreta e abstrata, e que eu tinha entrado na parte abstrata da mente. Até aí, acho que não é difícil de entender. Qualquer leigo, um pouco instruído, sabe que existe esta divisão mental. Sabe-se que existe, mas não há nada de concreto sobre sua função, sua influência na vida real.
Pedi pra doutora, da possibilidade de me encaminhar a um neurologista. Que talvez houvesse um meio, algum exame que pudesse comprovar a minha "teoria" e enfim, talvez, achar a solução para o meu mal físico, a  danada da minha pressão. A danada da médica me deixou "desabafar", e no fim, a surpresa:
- Acho melhor encaminhar o Sr. a um psiquiatra.
- Mas, eu não sô loco, respondi!
Acho que todo louco diz isso, mas eu realmente não me considero louco. Tenho plena noção do certo e do errado, convivo em sociedade, obedeço leis e regras, não sou violento. Sou adepto do "paz e amor"! A única coisa "errada", talvez, seja ser corinthiano, mas isso não se explica, isto simplesmente é. E também, não concordo com muitas atitudes deste bando de loucos.
Enfim, não houve escapatória, ela me "convenceu" com a "teoria" dela. Tenho consulta marcada com um psiquiatra, ainda no mês de Outubro! Vamos ver no que vai dar. Um dos dois vai ser considerado louco, ou eu, ou ele.
Já devem ter ouvido falar: "Há tempo de plantar e há tempo para colher", e assim é. A sabedoria popular é realmente sábia. Desde 08.08.88, o ano foi "dividido" em quatro trimestres, assim como as estações do ano. A hierarquia divina, responsável pelo acompanhamento da atual transição planetária, assim o fez para melhor  poder acompanhar o desenvolvimento e evolução dos habitantes do planeta terra, bem como os acontecimentos previstos. Toda melhora, é assim melhor apurada e percebida e pode influenciar na mudança, atenuar efeitos dos acontecimentos que estão por vir. Por isso minha insistência, sempre há tempo de fazer alguma coisa. Podemos melhorar o nosso mundo individual para assim em consequência, melhorar o mundo coletivo.
O período entre 08 de Maio a 07 de Agosto é tempo de preparar o solo. Quando se prepara o solo, arranca-se o velho, o que já deu, para que o novo possa ser semeado. E assim acontece, acaba, termina o velho, para dar lugar ao novo. De 08 de Agosto a 07 de Novembro, é tempo de germinar, de brotar, tudo que foi semeado (na sua mente). É um período um pouco tenso, também de ansiedade. Há um certo conflito entre resquícios do "velho" e o novo que está para surgir. De 08 de Novembro a 07 de Fevereiro, o que foi semeado, plantado, começa a florir. Aparecem os primeiros sinais, de como o ciclo vai se fechar. De 08 de Fevereiro a 07 de Maio é tempo de colher o que foi plantado. 
No caminho espiritual, geralmente a colheita não significa, ganhos ou melhora material, pelo menos no início. Mas sim, aprimoramento, fortalecimento da fé , ou condições para que isto aconteça. Se você parar, observar, que alguma coisa neste sentido acontece nitidamente em sua vida, pode se considerar um ser bastante evoluído espiritualmente. Sua evolução já é no sentido espiral ascendente, já passou pela  1ª iniciação espiritual. Isto não quer dizer que não há mais sofrimento, pode ser bem o contrário, começa o "purgatório".
Neste período de agora, principalmente no ultimo mês do ciclo de germinação (08.08 a 07.11), há uma fase de angústia, tensão, indecisão. Isto pode ser observado em dois textos meus que aconteceram neste tempo. Foram as únicas palavras que consegui exprimir, durante um longo período, mas sempre no mês de outubro.
O primeiro texto, reflete a angústia,  a indecisão com o esvaziamento do ego (sem nada). Quando o apego com os bens materiais começam a diminuir e aumentar o sentido espiritual, o verdadeiro sentido da vida (com tudo). Começa-se a se sentir parte do universo, uno com o todo.

VAZIO

Sem nada.
Com tudo. 
Tudo, sem nada.
Nada, com tudo. 
Corpo, no tudo.
Mente, no nada. 
Este é o vazio ...
Sem imagens.
Sem pensamentos.
Ego esvaziado.
Téo preenchido.
É como um balão.
Sem ar.
Com ar.
Sem ar, sem nada.
Com ar, com tudo.
Mas o tudo é nada.
Mas o nada é tudo.
“...e subiu ao céu numa nuvem..”
Nuvem leve como o ar.
No balão, o ar é o vazio, mas é tudo.
O vazio, é o caminho,
Para o tudo.

Texto escrito em 11.10.06

No segundo texto, a mesma situação de conflito, o novo querendo começar a se expor, mas ainda resta o medo, a incerteza. Resquícios do velho, que ainda prendem.
                                          
SER OU NÃO SER

Há muito tempo que eu penso em escrever, escrever um livro, alguma coisa, mas escrever o quê?
Como eu era um cara que se preocupava muito com o que ¨pensavam de mim¨, sempre tive medo de escrever besteira. Aquela mania de ser perfeito!
Quando eu era moleque, escrevia versos, poemas, sei lá o que era. O problema é este! Tudo tem que ser definido, tudo tem que ser correto, dentro de normas, regras.  Acho que é por isto que muita gente não faz nada, não fala, não escreve nada. Às vezes, o cara pode até ter vontade, mas precisa se preocupar muito com as regras, com o português, com a língua correta, que acaba desistindo.
Até falá,  precisa falar corretamente. Se não, te chamam de ignorante, analfabeto.
Você já pensou quanta sabedoria, quanta experiência há em cada pessoa? O quanto que, cada pessoa, principalmente os mais velhos, não poderia contribuir para o mundo, se relatasse suas experiências. Afinal, a melhor escola, é a ¨escola da vida¨.
Eu acho que agora posso falá sem medo. Uma, porquê não me preocupo mais como que os outros pensam. Outra, porquê agora tenho o que escrevê, o que falá.
Talvez tenha sido por isso que nunca tenha escrito nada. Acabaria sendo só mais um, no meio de tantos.
Hoje, apesar de ainda não estar totalmente pronto, posso dizer que sei de tanta coisa, aprendi tanta coisa...
Mas ai, entra outro "poblema", é a dualidade da coisa. O que eu aprendi, o que eu sei, pode se dizer que está acima da compreensão humana. Se eu falá, se eu escrevê, vão me chamar de louco, doido, lelé da cuca, maluco...
Por isso, às vezes, ainda acho que ainda não posso falá, ainda não posso escrevê.
Mas não importa. Em um livro muito conhecido está escrito, e muitos já devem ter ouvido falar. ...¨conhecerás a verdade e ela vos libertará¨.
Eu agora ao menos posso dizê.
Estou livre!
Está escrito.

Texto escrito em 15.10.08

Fui perceber esta situação agora. Notem que há um intervalo de dois anos entre um texto e outro. Somente este ano, em Junho, período de preparação do solo, de arrancar o velho, consegui a "coragem" e as condições suficientes, para começar a me expor, sem medo.
Agora, no mês de outubro, sinto novamente esta "indecisão". Há uma certa "pressão" do velho, querendo abafar, oprimir o novo, tanto na mente, como na vida real.
A força do mundo velho é tanta, que sinto vontade de abandonar tudo e voltar a velha vida mundana, antiga. Mas, mesmo que eu quisesse, isso agora é impossível. Chego a pensar realmente que tudo foi um "sonho", que realmente estou "fora da casinha", como dizem. Mas não posso negar o que passei, o que senti, tanto mentalmente, psicologicamente, quanto fisicamente. Isto eu sei que foi real! Talvez o que sinto agora, sejam as últimas tentações do "capeta", me oferecendo o mundo para desfrutar. Espero que tenha forças suficientes para superar esta fase e seguir meu caminho. Afinal, foram 10 anos profanos, "perdidos", numa busca pelo irreal. Confesso que, quando tudo começou, nem sequer imaginava onde e como tudo iria parar. Uma, porquê como já disse, a mente concreta não consegue "alcançar", compreender. Outra, se soubesse, talvez não teria coragem suficiente para prosseguir. O reto sempre se faz acontecer pelo torto, outra sabedoria popular.

   

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O EVANGELHO DE UM JEITO DIFERENTE.

Nunca fui muito chegado a ler a bíblia. O que li muito ultimamente foram os evangelhos. Minha intenção era compreender o verdadeiro significado da passagem de Jesus aqui na terra. Qual o sentido de tudo? O que fez este ser, encarnar aqui, sofrer as dores de uma morte física tão cruel, com o intuito de "nos salvar", para que "tivéssemos vida em abundância"?
Sempre é bom lembrar, que a bíblia foi escrita uns trezentos anos após a passagem de Jesus por aqui. Teve ainda textos "selecionados", para que houvesse um entendimento "conveniente" com o que queria o alto escalão da Igreja. Naquela época a igreja tinha mais poder e o intuito era mantê-lo. Isso fez com que "pintassem" Jesus de uma magnanimidade tal, com qual Ele certamente não concordaria. Existem muitos textos não incluídos, os chamados apócrifos, textos considerados "falsos" pela Igreja. Textos estes, que davam  uma visão mais humana a Jesus. Jesus era uma pessoa normal, humana como todos nós. Há quem diga que morreu com idade acima  de 60 anos. Nós aqui, enquanto humanos, nunca saberemos da "verdade", pois como já disse, parte da verdade, só será compreendida, só será "sentida" quando estivermos num plano acima do mental concreto. Ainda no século I (um) DC, apareceu na terra Apolônio de Tiana, que tinha natureza divina e poderes superiores a Jesus. Poderia ser a reencarnação Dele. Desse ninguém fala, ninguém "viu".
Os textos bíblicos inspirados espiritualmente, mantiveram sua essência. Estes, posso dizer com certeza,  que são textos simbólicos. São metáforas, parábolas, figuras de linguagem, usadas para explicar, exprimir em palavras humanas conhecidas, um estado de consciência desconhecido pelo ser humano "normal". Nós humanos, hoje vivendo no plano mental concreto, não podemos "sentir" a verdadeira concepção, o verdadeiro significado de certas palavras usadas, certos trechos descritos, imaginem naquela época.
Como entender, como aceitar, por exemplo, darmos a "outra face para alguém bater"?! Lógico que haverão várias interpretações, vai depender do estágio de evolução, do estado da consciência de cada pessoa. É a compreensão da verdade, de cada um. Isto não é discutível, isto é um fato que deve ser aceito. Mas no máximo, por mais evoluídos que formos, estando no plano mental concreto, onde a lógica predomina, mas ainda há forte influência da emoção e resquícios do instinto animal, podemos chegar a entender isto como, não reagir de forma alguma, a um insulto, uma ofensa recebida. Mesmo assim, ainda é preciso um esforço, por menor que seja, para podermos agir assim, ficar assim, indiferentes a este ato.
Num plano mais elevado, o ser, que já não pode ser considerado comum, normal, fica totalmente "indiferente", impassível a este "bofetão". A questão neste caso, já não é saber, mas sim sentir. O estado de espírito é tal, que não há mais  sentido em nada físico que aconteça. Até diante da possibilidade da morte física pode haver indiferença, pois na verdade a parte humana já "morreu" junto com seu ego. Como Ele mesmo disse: "Perdoai meu pai, pois não sabem o que estão fazendo". Neste estágio, como o ser já conhece a verdade, sabe que nossa vida física é pura ilusão, há um esforço enorme para parecer "normal", aos olhos dos outros.
O estado de glória, de poder, de indiferença, de proteção, descritos no salmo 90/91, são por nós,  "normais", considerados estranhos, utópicos, inalcançáveis. Mas para quem ultrapassa a grande fronteira do mental concreto é perfeitamente normal. Não que o ser, neste estágio, possa não ser mais "atingido", não ser afetado por nada, no corpo físico. Mas sim, porquê principalmente, ele está indiferente a qualquer coisa que lhe possa acontecer. Este ser já não é mais deste mundo, ele só está aqui, num corpo físico. Nada mais interessa, nada mais importa. Neste caso, ele já "subiu ao céu"
Os passos de Jesus, seu "julgamento", sua morte na cruz, são símbolos de um ritual de iniciação. É a etapa onde o ser vence o ego,  abdica da vontade própria, o livre arbítrio e entrega sua vida à fonte, à Deus. "Que seja feita a tua vontade, não a minha". Após a passagem por este "ritual", onde se passa pelo verdadeiro "inferno", há um período relativamente longo, de um novo aprendizado. "Terás que nascer de novo", aprender tudo de novo. Esta é a fase da "ressurreição". Toda a vida mundana dos "normais", todas as experiências, os aprendizados, são novamente vividos numa síntese. Tudo é necessário para que possam ser vistos, ser assimilados por experiência, compreendidos com um "novo olhar", um novo "jeito" de ver as coisas. É um olhar holístico, de "cima para baixo".
É neste estágio, nesta parte que "se conhece a verdade", o verdadeiro sentido da vida. O sentido da vida muda, os valores mudam, as coisas terrenas, o apego aos bens materiais deixam de existir e o ser "se liberta" deste mundo. Acaba um mundo, porquê o ser morre para este mundo! Após este período cessam os desejos pelas coisa materiais, mas como, e "se", ainda permanece "vivo" no corpo físico, neste mundo, restam a vontade, a necessidade, normais e necessários para sua sobrevivência física. Estas vontades, necessidades, serão então atendidas. Chegarão a ele, sem esforço, simplesmente pela "fé", que já lhe é inerente, normal, pela "força" da mente sem esforço. Já livre de emoções e interferências, principalmente da palavra não, poderão acontecer então, o que nós consideramos "milagres". Volta-se ao mesmo "paraíso de Adão e Eva". Não será mais necessário "suor para comer o pão". Nada é considerado sacrifício, mas sim serviço à fonte, à Deus. Aí, se explica o conselho dado por Jesus: "Procurai primeiro pelo reino de Deus, e as demais coisas lhe serão dadas por acréscimo". Esta é a "vida em abundância". É o começo da "vida eterna". O início do retorno.
Então, Jesus teve que entrar no nosso mundo, ser o primeiro, ser o símbolo da possibilidade de uma nova vida, a real vida, da qual todos nós nos "esquecemos". Para que possamos chegar a esta vida real, a vida plena, ele nos deixou o exemplo. Pediu para que "deixássemos tudo". Deixássemos todas as crenças, os modos antigos, o "velho modo", para "segui-Lo" no novo, na nova aliança, baseada no amor, no perdão e na compaixão. E o legal disto tudo, é que isto é possível, agora! Ele foi o primeiro. Nós poderemos ser os próximos. Já houveram alguns, mas talvez você não saiba, não conheça, não tenha ouvido falar. Eles eram simples, pobres de espírito, não se destacaram neste mundo. Não eram "vencedores" neste mundo. Tudo é uma questão de escolha, de livre arbítrio.
Enquanto não formos livres o suficiente para receber um "bofetão" e ficarmos indiferentes, devemos fazer um esforço maior que humano, para  não "revidar". Compreendendo isto na nossa verdade, na verdade dos "normais", agindo assim, "deixamos tudo" para segui-LO. Interrompemos o ciclo do "olho por olho, dente por dente", do "velho modo" e abrimos um espaço, "um vácuo" no balão da consciência, para ser preenchido pelo amor, pela compaixão.
Foi só por isso que Ele "morreu".

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

QUE SEJA FEITO A TUA VONTADE!

Há fases na vida da gente que tudo pára. Por mais que se tente "sair do lugar", parece que a coisa não anda. Venho percebendo isto ao longa desta caminhada. Isto não acontece só na vida de uma pessoa. Estas "fases" acontecem também com empresas, instituições, time de futebol, um país, as chamadas consciências coletivas. Estas fases são periódicas, geralmente duram uma parte de um ciclo, um dia da semana, uma semana de um mês, um mês de um ano, um ano de sete. É como se a consciência precisasse de um tempo para fazer a acomodação do que foi aprendido, vivido, num período de tempo. O conteúdo que foi incorporado vai ficar de base, para um processo semelhante, posterior. Isto faz parte do processo evolutivo de uma consciência.
Outro "instrumento" também usado para a evolução, é a tensão. Se prestarmos atenção, sempre após um acontecimento que nos deixa tensos, quando a tensão passa, parece que nosso corpo fica mais relaxado. É a analogia que fiz, da nossa consciência com um balão. Quando ficamos tensos, forçamos nossa mente a procura de uma solução e este esforço faz expandir a nossa consciência, faz encher o balão. Quando relaxamos, o vácuo que ficou é preenchido com uma nova energia, um novo ânimo. Nós não notamos isto, não "damos bola", porquê nosso foco é outro. Nós sempre procuramos "crescer na vida" e não crescer espiritualmente.
A lei do carma como consequência do livre arbítrio existente no nosso planeta, foi uma escolha d hierarquia Divina. Havia outras alternativas previstas, mas como já disse anteriormente, tudo são experiências. Todas as nossas experiências, aprendizados, sensações, são assimilados pela fonte, pois somos extensões deste núcleo.
Às vezes vejo entrevistas de pessoas, geralmente pessoas de personalidade forte, se vangloriando ou incentivando o uso do livre arbítrio para provocar mudanças no rumo da vida. E geralmente também, usam Deus como incentivador. Tipo assim, se Deus nos deu o livre arbítrio, devemos usá-lo. Sempre há "seguidores", pois estas pessoas são "vencedores". Mas para tudo há um limite. A única vontade, que pode e deve ser usada, seguida, é aquela que vem do coração. O livre arbítrio no fundo, é uma "pegadinha", um teste, uma prova. É sempre bom lembrar que alguém que teve o poder real de usá-lo, na eminência de sua morte física disse: "Que seja feita a tua vontade e não a minha."  Se quisermos segui-lo como exemplo, devemos pensar nisto.
O uso do livre arbítrio, nada mais é que um "atraso de vida cósmica". Como já disse, quando sofremos uma morte física, vamos para um plano no qual nos é lembrado tudo que fizemos ou deixamos de fazer. Passamos por uma "reciclagem" e de livre vontade, montamos um "plano de vida" para seguirmos numa nova reencarnação. Não "lembramos" de nada quando "voltamos", mas isto fica gravado na nossa alma, no profundo do nosso ser. Qualquer ato, vontade própria, que esteja em desacordo com este plano de vida, será a causa de uma estagnação, de um retrocesso. Pior ainda, se usarmos esta vontade própria, para causar um mal a alguém, algo que possa prejudicar alguém. Aí entra em vigor a lei do carma. "Aqui se faz, aqui se paga". No fundo, somo iguais a marionetes, sendo manejados por uma força maior. Ilude-se o Homem, que se acha todo poderoso, dono do seu destino. A riqueza, o poder, não é um mal. O mal está na ilusão, no sentimento de grandeza, que ambos trazem. Este sentimento causa a estagnação espiritual, o crescimento do ego.
Às vezes, ficamos em situações em que bate o desespero. Temos uma nítida impressão, que fomos abandonados. Não há cipó ou corda para nos segurarmos, nem encontramos uma base, um chão para nos ampararmos. Mas, se temos um pingo de fé, se acreditamos o mínimo possível, se ainda resta um pouco de esperança e força, que seja usado para a entrega. Nem que seja para balbuciar, "que seja feita a tua vontade".
"Bem aventurados os pobres de espírito, porquê deles será o reino de Deus". Não gosto de usar estes chavões bíblicos. Mas citar textos bíblicos prendem a atenção, isto me incentiva a usá-los. O principal intuito disso, é relacionar a minha compreensão, o meu jeito de ver as coisas, com algo forte, que possa prender a atenção no que escrevo. A bíblia, pode e dever ser lida e compreendida com "outros olhos".  Quero "influenciar" a pensar diferente, a compreender as coisas de maneira diferente. Quero abrir a sua mente, encher sua consciência de outras variáveis. A procura por conhecimento, o questionamento, também é uma forma correta do uso do livre arbítrio. Posso dizer com certeza, quem segue a bíblia à risca, nunca chegará à verdade, pois ela é cristalizadora. Ela escraviza na ignorância, na escuridão.
"Pobre de espírito", pelo que entendo, são pessoas "fracas em personalidade". Pessoas que se sentem injustiçadas, que não se "encaixam" naturalmente na sociedade, que não aceitam, não compreendem o modo considerado "normal" da vida e não tem outra saída a não ser procurar o apoio e ajuda externa ou  Divina. Nesta procura, elas se entregam e abdicam do uso do livre arbítrio, da vontade própria e acabam sendo "guiadas" pela senda estreita, que acaba na grande fronteira, no grande abismo.
Por mais incrível que possa parecer, esta ânsia por poder, a ilusão que o uso da vontade própria proporciona, impede o ser de alcançar o verdadeiro poder. Quando se pensa, que nada anda, nada acontece na vida mundana, na vida "normal", é que acontece o verdadeiro crescimento, aquele que é a finalidade de vida de cada um, o crescimento espiritual. Quando o ser se entrega, quando deixa de enaltecer seu próprio ego, deixando-o ser subjugado pela alma, ele entra num caminho sem volta. Após um longo período em que tudo pára, em que nada acontece, começa uma nova vida. "Ego esvaziado, téo preenchido". O espaço ocupado pelo ego, é preenchido pelo todo, pela energia da fonte, pelo espírito. Então surgirá o verdadeiro poder, o poder de "fazer milagres". Dai sim, é que seremos verdadeiramente "normais".