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segunda-feira, 16 de abril de 2012

...E SE TEU DEUS NÃO EXISTESSE?

À medida que vamos evoluindo, ampliando nossa capacidade mental, nos inteiramos da complexidade da vida e da vida em sociedade. Deixamos de ser meros espectadores, figurantes, peças de um jogo social, para sermos coadjuvantes, atores e elementos fundamentais na sociedade humana.
Para deixarmos de ser capachos, vítimas e bonecos de ventríloquo, é preciso estudar. Precisamos nos esforçar, para nos inteirarmos do funcionamento e até nos inserir na camada da sociedade pensante, de comando, da qual vem as regras, as normas e as leis. A partir do momento que nos inteiramos do " funcionamento" da sociedade em si, conhecemos também suas regras e normas. Mas também conhecemos as manobras, os jeitinhos, os meios usados para burlarmos estas mesmas regras, normas e leis, em benefício próprio ou de terceiros. Geralmente este conhecimento, poder, ou simples ascensão social, é visto como recompensa, fruto de esforço humano ou profissional. Serve também para nos distinguir de outras camadas sociais, além de enaltecer nosso ego. Abraham Lincoln, disse uma vez: "Se você quiser conhecer uma pessoa, dê-lhe poder ou dinheiro". Quanto mais sabemos, quanto maior o nosso "poder social", maior também nossa responsabilidade.
Se olharmos tudo isto com uma visão holística, se anularmos o Homem, a humanidade, como sendo parte de algo maior, ou a uma etapa da jornada cósmica, podemos perceber que tudo faz parte de um processo espiritual. Este "poder" ilusório nada mais é que uma prova, uma chance, que nos é dada, para mostrarmos nossa firmeza de caráter, nossa grandeza espiritual. Se formos pequenos espiritualmente, seremos grandes em mediocridade e usaremos este poder em benefício próprio, ou com interesses escusos.
Em todo planeta, não há quem não creia em um Deus, ou algo maior, que reja sua vida, o meio em que vive e até o espaço cósmico. Cada um forma para si uma imagem deste Deus e também sua forma de agir, seu modo de proteção. O "poder" deste Deus individual e a sua amplitude são limitados pela abertura espiritual de cada um.
Assim como na sociedade, quanto mais conhecemos, quanto mais nos esforçamos em seguir os propósitos divinos, mais nos é permitido penetrar nos mistérios superiores e mais nos é permitido conhecer a verdade. Junto com as verdades vem a liberdade e também o poder. Enquanto estamos ligados às coisas materiais e centrados no ego, aspiramos por esta liberdade e por este poder, imaginando poder usá-los na nossa vida material. Mas ao contrários da normas e regras sociais, as leis superiores são incorruptíveis, imburláveis e à prova de "jeitinhos". Não nos é dado o direito de conhecer, de compreender, de aceitar, de manipular, sem estarmos preparados para agir conforme.
Ao conhecermos e aceitarmos os "mistérios" e segredos  superiores, a crença de sermos únicos e a imagem de um Deus rígido, controlador, vai dando lugar a novas imagens, novas concepções, outras compreensões. Quanto mais adentramos na fronteira do desconhecido, mais liberdade e mais poder nos é dado, mas menos se tem vontade e o direito de exercê-los. Nos libertamos das amarras, da prisão da ignorância, mas ficamos presos à responsabilidade do mais correto, do ético e do bom senso.
A realidade é simples e assustadora. O bem e o mal, são formas de interpretação e somos nós que os creamos. Os limites e a liberdade, somos nós que nos impomos. As graças e as desgraças, somos nós que causamos. Tudo é creado por nós, com nossas crenças, nossos medos, nossos limites, nossas vontades. Somos o reflexo, somos o resultado da nossa mente. Não há ação, nem reação Divina. A única coisa que Deus nos disponibiliza e da qual usufruímos, é sua energia, que pode ser usada tanto para o bem, como para o mal. O uso desta energia, neste planeta, é regulada pela lei do carma.
Como humanos, temos a ilusão de sermos senhores do nosso destino, vírgula, dentro de um espaço limitado da nossa eternidade cósmica. O Deus por nós imaginado não existe e o Deus real está a uma distância racionalmente inconcebível. Mas como nós somos parte d'Ele e Ele está dentro de nós, nós e nossos atos, refletimos proporcionalmente a parcela Divina por nós aceita e incorporada. Esta dualidade é difícil de compreender e de aceitar, tudo isto fica além do racional.
Estas verdades não podem ser impostas, somente expostas, como sementes, como pontos de luz. Até porque, quando o silêncio toma conta da nossa mente, ele também se reflete na nossa expressão, nas  nossas atitudes. De um lado, contemplativos, diante da grandeza Divina e por outro, abismados, com a pequenez humana.